Na Operação Abecedário, durante a ação, foram executados 26 mandados de busca e apreensão
expedidos pela 2ª Vara Criminal de Guarapuava.
Entre os alvos estão o vereador e ex-secretário municipal de Educação
Pablo Almeida, um engenheiro civil do Município e familiares dos dois agentes
públicos, que segundo o MP são suspeitos de receberem propina.
Os demais são seis empresas e nove pessoas vinculadas a um conglomerado
empresarial que teriam realizado os pagamentos.
"Verificou-se que as empresas, embora fossem do mesmo grupo e se
submetessem a uma mesma administração, simulavam ser independentes por meio da
constante criação de pessoas jurídicas no nome de funcionários do grupo que
atuavam como laranjas. Elas simulavam se enfrentar em certames licitatórios,
apresentando descontos que por vezes superaram 50%, suspeitos de
inexequibilidade. Com este subterfúgio – e o auxílio de agentes públicos
ao menos desde
2021 vêm sendo reiteradamente contratadas pelo Município para manutenção e
conservação prediais de escolas e outros prédios públicos municipais, em
licitações com objeto genérico (sem definição de exatamente quais reformas e
melhorias seria executadas) e valores milionários", aponta o MP.
O Ministério Público afirma suspeitar que Pablo recebeu R$ 12 mil entre
2021 e 2023 por meio da conta do próprio filho para auxiliar nos ilícitos.
"Já o engenheiro, que atuou tanto nas licitações quanto na
fiscalização dos contratos, teria recebido montantes que superam R$ 135 mil por
meio das contas bancárias dos companheiros de seus sogros, esposa e credores da
empresa de engenharia familiar, nos anos de 2021 e 2022", alega a
instituição.
Operação Fogo no
Parquinho em Guarapuava
Oito mandados vinculam-se à Operação Fogo no Parquinho, e tiveram
entre os alvos o mesmo engenheiro civil da Operação Abecedário, bem como
familiares e a empresa de engenharia dele, explica o MP.
Nesta segunda operação, foram encontrados indícios de fraude a licitação e no contrato decorrentes do Pregão Eletrônico n.º 197/2021.
"Verificou-se que todas as empresas participantes da fase interna e
externa do certame tinham vinculação e que sua participação simultânea teria
sido facilitada pelo engenheiro civil. A empresa contratada para o fornecimento
dos playgrounds, dois sócios e seu representante na licitação também são objeto
de busca e apreensão", aponta o MP.