"Um alerta sobre o futuro dos serviços públicos no Paraná, deixando muitos questionando quais serão os limites dessa privatização desenfreada ?"
Curitiba, 25 de setembro – Em um evento que promete deixar sua marca na história do estado, o governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) reafirmou sua agenda de privatizações e concessões, defendendo com fervor a venda do patrimônio público para empresas privadas. Desde o início de sua gestão em 2019, as ações do governador têm gerado polêmica e divisão de opiniões.
Um Estado Menor e Mais Privado
Ratinho Junior não tem medo de expor sua visão radical: "Minha visão de governo é a de um estado menor, com maior participação da iniciativa privada na prestação de serviços." Essa declaração acende um alerta sobre o futuro dos serviços públicos no Paraná, deixando muitos questionando quais serão os limites dessa privatização desenfreada.
Privatizações que Chocam
Sob sua gestão, o Paraná já vendeu empresas essenciais, como a Sercomtel e a Copel Telecom, além de conceder o Parque Estadual de Vila Velha. A lista continua a crescer, incluindo estradas, aeroportos e até serviços básicos de saneamento. "O Paraná é o estado que mais realizou essas ações no Brasil", afirmou Ratinho, como se isso fosse motivo de orgulho, enquanto críticos alertam sobre os riscos da entrega do patrimônio público.
R$ 11 Bilhões em Jogo
Com promessas de R$ 11 bilhões em investimentos nos próximos quatro anos, Ratinho jura que o Paraná será o primeiro estado a universalizar o saneamento básico até 2028. Mas até onde vai essa promessa diante de uma gestão que prioriza a privatização? A pergunta que não quer calar: quem realmente se beneficia com essas concessões?
Rodovias e Ferrovia: A Venda de Estradas
O governador também apresentou o maior pacote de concessões rodoviárias do Brasil, totalizando 3,3 mil quilômetros de rodovias. Mas essa "modernização" vem acompanhada de um preço: a venda de infraestrutura vital para a iniciativa privada. A privatização da Ferroeste, que liga Cascavel a Guarapuava, promete expandir a malha ferroviária, mas a que custo para o cidadão paranaense?
Reformas que Dividem
Em meio a essa agenda de privatizações, Ratinho também se debruçou sobre a reforma tributária, clamando por maior autonomia para estados e municípios. No entanto, muitos se perguntam se essa descentralização não servirá apenas para aliviar os cofres do governo federal, enquanto a carga tributária se mantém alta para o povo.
Sustentabilidade ou Interesse Privado?
O governador se gaba de que o Paraná é o estado mais sustentável do Brasil, mas à custa de quê? A ideia de transformar o estado em um "supermercado do mundo", segundo seus adversários, parece mais uma fachada para justificar a venda de bens públicos do que um verdadeiro compromisso com a sustentabilidade.
Crescimento Econômico ou Desigualdade?
Embora o Paraná tenha registrado um crescimento econômico de 7,8% em 2023, a quem isso realmente beneficia? A crescente desigualdade social e o medo de que os serviços públicos se tornem inacessíveis pairam no ar. A taxa de desemprego pode estar em queda, mas a precarização do trabalho e a privatização de serviços essenciais são preocupações que não podem ser ignoradas.
O Paraná está em um ponto de virada. As decisões tomadas hoje definirão o futuro do estado e de sua população. O que será do patrimônio público nas mãos da iniciativa privada? A luta pela defesa do que é nosso está apenas começando!