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Morte de criança por falta de maternidade em Pinhão (PR) reacende debate acalorado entre vereadores

               foto Assessoria Câmara Pinhão 

"Diante do impasse, uma reunião emergencial foi agendada para próxima Quarta Feira, com local a ser definido "

Na sessão ordinária da última segunda-feira (31 de março de 2025), a Câmara Municipal de Pinhão, no Paraná, transformou-se em um palco de debates intensos e emocionados. O tema central foi a alarmante taxa de mortalidade infantil no município e as precárias condições de atendimento às gestantes na rede pública de saúde, reacendidas por uma tragédia recente: a morte de uma criança devido à ausência de uma maternidade local.

Vereadores de diferentes partidos expuseram visões conflitantes, cobraram responsabilidades e buscaram soluções para uma crise que, segundo dados do Ministério da Saúde, reflete um problema nacional — em 2022, o Brasil registrou uma taxa de mortalidade infantil de 12,5 por mil nascidos vivos, número que, em áreas rurais como Pinhão, pode ser ainda mais elevado devido à falta de infraestrutura.

O vereador Aroldo abriu a discussão com uma denúncia grave: ele sugeriu que os recursos destinados à construção de uma maternidade no município podem estar sendo retidos por razões políticas, e não apenas por entraves técnicos.

“Há algo mais por trás disso, uma desconfiança que precisa ser investigada. Não é só burocracia, parece jogo de interesse”, disparou, instigando um clima de tensão na sessão.

Sua fala ecoa um problema recorrente no Brasil, onde, conforme relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) de 2023, cerca de 30% das obras públicas de saúde enfrentam atrasos por questões políticas ou má gestão de recursos.

Em contraponto, o vereador Luciano Padilha apontou o dedo para a gestão municipal, afirmando que a falta de um projeto formalizado é o verdadeiro obstáculo à liberação das verbas estaduais e federais.

“Sem documentação, não há dinheiro. A culpa está aqui, na prefeitura, que não fez o dever de casa”, acusou.

Dados do Portal da Transparência do Paraná mostram que, em 2024, o estado destinou mais de R$ 36 milhões à Rede de Atenção Materno-Infantil, mas municípios como Pinhão, com menos de 20 mil habitantes, frequentemente esbarram na ausência de planejamento para acessar esses recursos. Diante da revelação, Aroldo reagiu com indignação:

“Se é só por falta de papelada, então estão brincando com a gente — e com a vida das nossas crianças.”

A tragédia que motivou o debate — a morte de uma criança recém-nascida por complicações no parto, em março de 2025, devido à necessidade de transferência para Guarapuava — foi o estopim para um apelo emocionado do vereador Romário Varella.

“Não dá mais pra esperar. Quantas mães e bebês vamos perder por causa dessa demora?”, questionou, cobrando união entre vereadores e o Executivo para apoiar o hospital local, único ponto de atendimento de emergência na região.

Ele direcionou um recado ao vereador Alain, profissional da saúde:

“Você entende disso, Alain. Use sua experiência pra nos tirar desse buraco.” O hospital de Pinhão, segundo informações da Secretaria Estadual de Saúde, não possui estrutura para partos de risco, obrigando gestantes a percorrerem mais de 100 km até Guarapuava, muitas vezes em condições precárias.

O drama de Pinhão não é isolado. Um estudo da Fiocruz de 2023 revelou que a falta de maternidades em pequenas cidades brasileiras aumenta em até 40% o risco de mortalidade materna e neonatal, especialmente em áreas rurais. No Paraná, apesar de avanços — como a queda de 82% na mortalidade materna em 2022, segundo a Secretaria de Estado da Saúde —, municípios menores ainda sofrem com a carência de serviços especializados. A construção de uma maternidade em Pinhão, prometida desde 2020, segue emperrada, enquanto a população clama por respostas.

Diante do impasse, uma reunião emergencial foi agendada para próxima Quarta Feira, com local a ser definido, possivelmente na Câmara, reunindo representantes do Legislativo, Executivo e diretores do hospital local. O objetivo é traçar soluções urgentes, como a aceleração da obra da maternidade e a melhoria imediata do atendimento às gestantes.

“Precisamos de ação, não de promessas. A próxima criança que nascer aqui tem que ter uma chance”, concluiu Varella, em um tom que misturava esperança e desespero.

Enquanto o debate esquenta, os olhos de Pinhão — e de suas mães — estão voltados para os próximos passos de seus representantes.

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