Uma ameaça entre vizinhos que também são cunhados mobilizou a Polícia Militar na manhã desta segunda-feira, 21 de abril, no bairro Santana, em Guarapuava. O caso aconteceu por volta das 9h54min, após a vítima, um homem de 41 anos, acionar a equipe policial para relatar uma situação recorrente de conflitos familiares que vem ganhando contornos mais graves.
De acordo com o boletim de ocorrência, o homem afirmou ter desavenças antigas com seu cunhado, um vizinho de 40 anos, e revelou que já existem registros anteriores de ameaças envolvendo o mesmo autor. A nova ocorrência, no entanto, trouxe um agravante: o cunhado teria ameaçado explicitamente tirar sua vida.
"Se você passar mais uma vez aqui, na frente, eu vou te matar", teria dito o autor da ameaça, segundo relato da vítima aos policiais. A frase foi dita quando a vítima passava pela frente da casa do cunhado, o que motivou o chamado imediato à polícia.
Conflito entre familiares preocupa autoridades locais
Ao chegarem ao endereço informado, os agentes não localizaram o autor da ameaça, que não se encontrava mais no local. Diante da ausência do suspeito, a equipe procedeu com orientações à vítima, reforçando a importância de manter distância, registrar novas ameaças, e buscar as vias legais para garantir sua segurança.
A vítima foi orientada a complementar a denúncia junto à Delegacia de Polícia Civil e solicitar, caso sinta-se em risco, medidas protetivas de urgência, previstas na Lei Maria da Penha, que apesar de mais conhecidas para casos envolvendo mulheres, também podem ser aplicadas a qualquer situação de ameaça em ambiente familiar.
Casos de violência entre parentes são mais comuns do que se imagina
Situações como essa não são isoladas. De acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, boa parte dos conflitos que resultam em ameaças, agressões e até homicídios ocorrem entre pessoas próximas, muitas vezes dentro do próprio núcleo familiar ou entre vizinhos com histórico de rivalidades.
A convivência cotidiana, somada a conflitos pessoais mal resolvidos, pode se transformar em um gatilho para episódios de violência. Por isso, autoridades reforçam a importância da mediação de conflitos e do acompanhamento psicológico e social, especialmente em comunidades menores, onde a proximidade entre as pessoas tende a aumentar as tensões.
Polícia reforça importância da denúncia
A Polícia Militar e a Delegacia da Mulher de Guarapuava — que também atua em casos de violência interpessoal e familiar — destacam que denúncias devem ser feitas sempre que houver qualquer tipo de ameaça, especialmente quando se percebe a reincidência ou agravamento do comportamento.
Mesmo que não tenha havido agressão física, o simples ato de ameaçar alguém já configura crime, previsto no artigo 147 do Código Penal, com pena de detenção de um a seis meses, ou multa. A pena pode ser agravada caso a ameaça ocorra em contexto de violência doméstica ou familiar.
"A orientação é sempre procurar a polícia. O boletim de ocorrência formaliza a situação e permite que medidas de proteção e investigação sejam adotadas com mais agilidade", reforça um agente ouvido pela reportagem.
Vítima pode pedir medida protetiva
Diante da gravidade da ameaça, a vítima tem o direito de recorrer ao Poder Judiciário para solicitar uma medida protetiva de urgência. Isso pode incluir o afastamento do agressor do lar ou local de convivência com a vítima, a proibição de contato por qualquer meio e até o monitoramento eletrônico do suspeito.
Essas medidas são frequentemente concedidas com base no princípio da proteção à integridade física e psicológica da vítima, independentemente do gênero ou do grau de parentesco com o autor da ameaça.
Final do conflito ainda é incerto
Até o momento, o autor da ameaça ainda não havia sido localizado pela Polícia. O caso será encaminhado para investigação da Polícia Civil de Guarapuava, que poderá intimar o acusado para prestar depoimento, além de avaliar se há necessidade de solicitar alguma medida judicial para evitar que a situação evolua para algo mais grave.
Enquanto isso, a vítima permanece sob orientação policial, com a recomendação de não confrontar o cunhado e buscar amparo jurídico. O caso serve como alerta para situações similares e reforça a necessidade de diálogo, mediação e intervenção preventiva nos conflitos familiares.