Foto: Reprodução/Tarobá
A Polícia investiga o caso de duas crianças do Paraná que fugiram de casa durante a madrugada com o objetivo de morar com um influenciador digital de Londrina, no Norte do Estado. As duas crianças foram encontradas durante a madrugada andando sozinhas às margens da BR-369, em Corbélia, no Oeste do Paraná, Região Metropolitana de Cascavel, nesta quarta-feira (13).
Os dois meninos têm 7 e 11 anos, e estavam com mochilas nas costas e não estavam com roupas apropriadas para o frio. No momento em que foram vistos por uma viatura da Polícia Rodoviária Federal, os termômetros marcavam 6 graus. O subtenente Rossini, da Polícia Rodoviária Estadual acompanhou a ocorrência e disse que as crianças relataram que estavam com fome e com sede.
Eles foram abordados pelos policiais e relataram que fugiram de casa para encontrar um YouTuber que mora em Londrina, no Norte do Estado. Disseram ser fãs do influencer e que iriam pedir para morar com ele. As duas crianças estavam em uma rota bastante usada para o tráfico de drogas.
Os policiais levaram as crianças de viatura até o posto mais próximo da Polícia Rodoviária Federal, onde receberam agasalhos e comida. O Conselho Tutelar foi acionado pelos policiais.
Os pais das crianças foram chamados, e segundo os policiais, eles disseram que jamais iriam imaginar que os filhos fossem tomar tal atitude. Os pais trabalham e procuram dar uma boa educação aos filhos, segundo informou um dos policiais. Para chegar até a casa do influenciador, as crianças levariam pelo menos três dias caminhando.
O YouTuber Taspio, que tem mais de 7 milhões de inscritos na plataforma e publica vídeos com a participação de crianças e adolescentes, disse que ficou surpreso com a notícia e que não conhece as crianças. Segundo apuração policial, o jovem disse que grava os conteúdos sempre com a autorização dos pais. Em abril deste ano, o nome do YouTuber virou notícia, depois que um grupo de pais do Rio de Janeiro fez uma representação ao Ministério Público Federal contra o canal de Taspio.
Os pais relataram que o jovem, conforme a denúncia, promove no canal a sexualização precoce, bullying, além de incitar o sexismo. Os pais pediram na época a retirada dos vídeos publicados por ele do ar. Na ocasião, o jovem tinha mais de 4 milhões de inscritos.