Morro Alto (PR), 16 de maio de 2025 – Uma discussão entre um casal terminou em agressão e atendimento médico na madrugada desta sexta-feira (16), no bairro Morro Alto. Um homem de 44 anos foi atingido no rosto por uma garrafa de cerveja arremessada pela própria companheira, de 47 anos, com quem mantinha uma relação conjugal. A agressão ocorreu por volta das 00h25 e causou um corte no supercílio direito da vítima.
A Polícia Militar foi acionada para atender à ocorrência e, ao chegar no local, encontrou a vítima ferida, mas consciente. O homem relatou que o ataque aconteceu após uma briga verbal com a companheira, momento em que ela, em um acesso de raiva, atirou uma garrafa de vidro em sua direção.
A autora confirmou o ocorrido aos policiais e assumiu ter agido de forma impulsiva. "Eu perdi a cabeça", disse a mulher, arrependida, segundo consta no boletim de ocorrência.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi chamado ao local e realizou os primeiros socorros. Em seguida, a vítima foi encaminhada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Trianon para receber os cuidados médicos necessários.
Vítima não quis prestar queixa
Apesar da lesão, o homem informou que não desejava representar criminalmente contra a companheira. Diante da recusa, a equipe policial se limitou a realizar as orientações cabíveis para ambos, registrando o boletim de ocorrência para eventual necessidade futura.
Situações como essa, em que há agressão física dentro do âmbito familiar, mas sem representação formal, colocam as autoridades diante de um dilema: como garantir proteção às vítimas, mesmo quando elas optam por não denunciar?
Segundo o Código Penal e a Lei Maria da Penha, mesmo que a vítima não queira seguir com a denúncia, casos de lesão corporal podem ser investigados de ofício pelo Ministério Público, especialmente se configurado risco à integridade física ou reincidência.
Violência em relações afetivas também parte das mulheres
Embora a maioria das estatísticas de violência doméstica no Brasil envolva homens como agressores, há uma parcela de ocorrências em que as mulheres são as autoras de agressões, especialmente em contextos de conflitos conjugais.
“Esses casos mostram que a violência doméstica é um fenômeno complexo, que envolve questões emocionais profundas, e pode acontecer em qualquer direção da relação”, explica uma assistente social da rede de proteção à mulher, sob anonimato.
É importante destacar que atos de agressão física, mesmo quando pontuais e motivados por brigas, são considerados crimes e não devem ser normalizados, independentemente de quem seja o agressor.
Polícia reforça necessidade de diálogo e apoio psicológico
A Polícia Militar reforça a importância de buscar diálogo e apoio especializado em momentos de conflito conjugal. Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), conselhos tutelares, Defensorias Públicas e até mesmo o Disque 180 estão disponíveis para ajudar famílias em situação de tensão ou violência emocional.
Em Morro Alto, a ocorrência entra para o registro das autoridades como um episódio de lesão corporal em contexto doméstico, com possibilidade de reavaliação jurídica caso haja reincidência ou agravamento da situação.