Trianon (PR), 15 de maio de 2025 – Um idoso de 93 anos acionou a Polícia Militar na tarde desta quarta-feira (15), por volta das 13h, após uma discussão familiar em sua residência, localizada no bairro Trianon. A suspeita inicial era de uma possível situação de lesão corporal, envolvendo seu filho de 56 anos, que, segundo o próprio pai, é usuário de drogas.
De acordo com o relato da vítima à equipe policial, o filho apresentava comportamento alterado dentro de casa e teria se desentendido com o irmão durante a manhã. No entanto, o idoso negou que tenha havido qualquer tipo de agressão física, e afirmou que a situação se restringiu a uma discussão verbal.
Durante a verificação, os policiais constataram que o idoso não apresentava nenhum sinal de lesão e estava consciente, orientado e tranquilo no momento da conversa com a equipe. Por não haver indícios de violência e nem interesse por parte da vítima em representar formalmente contra o filho, os agentes limitaram-se a registrar o boletim de ocorrência e orientar os envolvidos.
Uso de drogas e conflitos familiares
Casos como este revelam uma realidade silenciosa e, muitas vezes, recorrente em ambientes familiares afetados pelo uso abusivo de substâncias. O consumo de drogas por parte de um ou mais membros da família frequentemente resulta em episódios de instabilidade emocional, conflitos e, em alguns casos, situações de violência.
O filho, de 56 anos, citado na ocorrência, já teria histórico de problemas relacionados ao uso de entorpecentes, segundo o idoso. No momento do atendimento, o homem não foi encontrado em estado de surto ou ameaça iminente, o que também contribuiu para a condução não coercitiva da ocorrência.
"A orientação à família é essencial nesses casos. É importante que todos saibam como proceder, tanto para preservar a segurança quanto para buscar apoio em redes de assistência social ou psicológica", destacou um dos policiais que atendeu à ocorrência, sob condição de anonimato.
Atenção à violência contra idosos
Embora neste caso específico não tenha havido violência física ou crime formalmente configurado, a atenção aos casos envolvendo idosos é um ponto de alerta constante para as autoridades.
O Estatuto do Idoso prevê proteção especial a pessoas com mais de 60 anos, especialmente em contextos de vulnerabilidade social, abandono, negligência ou abuso, mesmo que não necessariamente físico.
Situações como a registrada em Trianon demandam acompanhamento constante, sobretudo quando envolvem familiares com histórico de dependência química ou comportamentos agressivos. O apoio psicológico, o suporte dos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) e o contato com a rede de proteção ao idoso são caminhos recomendados para prevenir agravamentos.
Família permanece sob atenção
Segundo apurado, apesar da ausência de violência física ou de manifestação formal de denúncia, a situação será acompanhada de forma mais próxima pelos serviços locais de assistência, caso haja reincidência de conflitos. O boletim de ocorrência servirá como documento-base para futuras medidas, se forem necessárias.
Enquanto isso, a família recebeu orientações sobre como agir em eventuais novos episódios, incluindo os canais de denúncia disponíveis para proteção de idosos, como o Disque 100, que funciona 24 horas por dia e de forma anônima.