A Batalha do Chopp, do Azeite e das Cadeiras Voadoras no Boqueirão

                     imagem - redes sociais - Mirto Junior


Uma cena que misturava tragédia grega, reality show e um toque de far-west gastronômico moveu a noite de Guarapuava nesta terça-feira, no  Boqueirão. O palco foi a praça de alimentação do no Mini Shopping, Mercadão,   um estabelecimento comercial, transformado em arena para o desfecho de uma rixa que começou nas trincheiras digitais e terminou com direito a chopp no rosto, azeite extravirgem como arma e cadeiras voando.

Tudo, como de praxe nos nossos tempos, começou online. Uma troca de ofensas nas redes sociais foi o prólogo da função. A trama, porém, ganhou corpo quando uma jovem de 18 anos, que trabalhava no caixa, recebeu um pedido inusitado: um copo de chopp. Longe de ser um gesto de cortesia, a bebida foi, na verdade, o primeiro projétil. A autora, também de 18 anos, despejou o líquido no rosto da atendente e retirou-se do local, como um primeiro ato de um drama mal ensaiado.

Mas a peça não havia terminado. Incendiada pela briga virtual, a autora decidiu que as telas não eram suficientes. Ela retornou ao estabelecimento, agora elevando o tom de xingamentos e ameaças ao nível presencial. Foi quando a trama ganhou um novo personagem: a mãe da vítima, uma senhora de 46 anos que, presumivelmente, foi ao local para acalmar os ânimos. Sua recompensa? Uma golpeada com uma garrafa de azeite de oliva. Sim, leitor: o condimento mediterrâneo, símbolo de sofisticação culinária, rebaixado ao papel de instrumento de agressão em Guarapuava.

Não satisfeita em protagonizar este script caótico, a jovem decidiu que o mobiliário do local também era parte do elenco. Cadeiras foram arremessadas contra funcionárias, em uma cena que mais parecia um rodeio de mágoas e frustrações. Os danos materiais se somaram aos morais, até que a racionalidade, na figura de um segurança, interveio e conteve a fúria da protagonista.

O epílogo, como manda o figurino da civilização, foi burocrático e menos cinematográfico. A equipe policial, atuando como os tradutores oficiais do caos, conduziu todo o elenco – mãe, filha e agressora – ao Cartório do Termo Circunstânciado. Lá, as vaias, o azeite e as cadeiras voadoras foram reduzidos a letra de forma, registrados em ata para a posteridade.

Um espetáculo triste, caro leitor, onde a falta de educação e o descontrole emocional fizeram do jantar uma arena. E o único sabor que sobrou no ar não foi o do chopp ou do azeite, mas o amargo da constatação.

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