REDE DE CRIMES: investigações associam invasão
e desmatamento no Parque Estadual de Guajará Mirim, em Rondônia, à quadrilha
acusada de lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, falsidade ideológica,
extorsão e estelionato.
O gado é o elemento que conecta as
irregularidades. Documentos inseridos nos autos processuais ou obtidos
diretamente pela Repórter BrasilRepórter Brasil mostram negócios feitos entre os acusados dos
crimes e alguns dos maiores frigoríficos do Brasil, nos últimos anos – a
exemplo de JBS, Marfrig e Frigon.
“Identificamos uma organização criminosa atuando
no parque que envolve proprietários de fazendas que são vizinhas à unidade de
conservação”, explica o promotor de Justiça de Rondônia Pablo Hernandez
Viscardi, que atua nas investigações.
“Essas propriedades são usadas para lavar o gado,
que na verdade é criado dentro do parque. Sem essa manobra, não é possível
vender para os frigoríficos”, completa.
O Parque Estadual de Guajará-Mirim abrange uma
área de aproximadamente 200 mil hectares e faz parte de um importante corredor
ecológico em Rondônia que conecta várias unidades de conservação e terras
indígenas.