08/01/2025 – 02h22min – Conradinho
Era uma noite como tantas outras, mas para um casal em Conradinho, o relógio não marcava apenas a hora: ele registrava o início de uma batalha silenciosa, mas devastadora. A sirene da viatura cortou a escuridão, trazendo consigo a promessa de um socorro que, no fundo, já não parecia suficiente.
Ao chegarem ao local, os policiais foram recebidos por um cenário que muitos conhecem, mas poucos entendem. No interior daquele lar, o que deveria ser um refúgio se transformara em um campo de guerra. A equipe encontrou um casal em meio a um turbilhão de emoções, onde o amor e o ódio se entrelaçavam em uma dança macabra.
A vítima, uma mulher de 32 anos, olhava para os policiais com olhos marejados, refletindo não apenas o medo, mas também a dor de um amor que se tornara tóxico. Em meio a lágrimas, ela contou sua versão da história: "Foi por causa dos ciúmes dele. Começou com uma discussão e, antes que eu percebesse, já estávamos nos agredindo." As palavras, carregadas de desespero, revelavam um ciclo de violência que se repetia, como um eco constante no silêncio da noite.
Mas a história não parava por aí. O autor, um homem de 48 anos, também estava presente, com marcas visíveis de uma briga que não escolhe lado. Ele, por sua vez, não se furtou a falar: "Eu só queria saber onde ela estava." Entre as lesões e o embaraço, a embriaguez pairava sobre ambos, como um manto que tornava a situação ainda mais trágica.
Os policiais, experientes em lidar com esse tipo de ocorrência, sabiam que cada palavra, cada gesto, poderia ser uma pista sobre o que realmente acontecera naquele lar. O clima era tenso, e os objetos danificados ao redor falavam por si: a fúria tinha deixado suas marcas, não apenas nos corpos, mas também na casa que um dia foi um lar.
Diante da gravidade da situação e da vontade da mulher em representar, ambos foram conduzidos à Polícia Judiciária. O brilho das sirenes iluminava a noite, mas a cena que deixaram para trás era sombria e pesada, uma lembrança de que, por trás das portas fechadas, a violência muitas vezes se esconde à vista de todos.
Naquele momento, não eram apenas um casal em crise, mas personagens trágicos de uma história que se repetia nas páginas dos jornais, na mente dos policiais e no coração da sociedade. E enquanto a viatura se afastava, a pergunta ecoava: até onde a embriaguez e o ciúme podem levar um amor que um dia foi doce? A resposta, infelizmente, já estava escrita nas cicatrizes invisíveis que ambos carregariam para sempre.