Mulheres ameaçadas por seus companheiros em Santana e Vila Carli conseguiram escapar após acionamento da PM; agressores fugiram





No domingo, 25 de maio, dois episódios distintos de violência doméstica ocorridos em bairros diferentes de Guarapuava (PR) exigiram intervenção da Polícia Militar. Em ambos os casos, as vítimas — mulheres em situação de vulnerabilidade — foram ameaçadas por seus companheiros e precisaram de ajuda para sair das residências onde estavam confinadas. Os autores conseguiram fugir antes da chegada da polícia.

O primeiro caso foi registrado às 21h01, no bairro Santana. Um jovem de 22 anos procurou diretamente o Batalhão da Polícia Militar para informar que sua mãe, de 40 anos, estava sendo mantida sob ameaça pelo companheiro em uma chácara, impossibilitada até mesmo de sair de casa. A equipe policial acompanhou o rapaz até o local, onde encontrou o portão principal trancado com cadeado.

Diante da urgência da situação, os policiais pularam o portão para ter acesso à residência e prestar socorro à vítima. A mulher foi retirada em segurança e optou por sair do local acompanhada do filho. Foi realizado patrulhamento pela região, mas o agressor não foi localizado. As vítimas receberam orientações legais e foram encaminhadas a locais seguros.

Poucos minutos depois, às 21h13, a Polícia Militar foi novamente acionada, desta vez no bairro Vila Carli, onde uma mulher de 44 anos relatou ter sido ameaçada pelo companheiro, de 51 anos. Segundo a vítima, o homem chegou em casa embriagado, passou a gritar, desferiu socos na porta da frente e proferiu ameaças tanto contra ela quanto contra a filha adolescente, de 16 anos.

Quando os policiais chegaram ao endereço, o agressor já havia fugido. A equipe realizou buscas nas redondezas, mas também não conseguiu localizar o suspeito. Assim como no caso anterior, as vítimas foram orientadas quanto aos procedimentos legais e os direitos que têm em situações de violência doméstica.

Dois casos, mesma realidade: violência doméstica ainda persiste

Os dois episódios reforçam uma realidade alarmante: a persistência da violência doméstica no cotidiano de muitas famílias brasileiras. Embora a legislação seja clara e existam mecanismos legais como a Lei Maria da Penha, ainda é comum que mulheres sejam ameaçadas, agredidas ou intimidadas dentro de seus próprios lares.

Em ambos os casos registrados em Guarapuava, o perfil dos agressores é semelhante: homens em relações conjugais, em atitude violenta e de controle, muitas vezes agravada pelo consumo de álcool. Nos dois episódios, os autores conseguiram fugir, o que também indica a necessidade de mais agilidade na atuação das forças de segurança e o fortalecimento de medidas preventivas, como o monitoramento de reincidentes e a concessão de medidas protetivas imediatas.

Importância da denúncia e do acolhimento das vítimas

A denúncia, mesmo em momentos de medo e insegurança, é o primeiro passo para interromper o ciclo da violência. No caso da mulher mantida dentro da chácara em Santana, foi a iniciativa do filho em procurar ajuda que possibilitou sua retirada do local. A atuação rápida da polícia impediu que o desfecho fosse mais grave.

A outra vítima, em Vila Carli, enfrentou a fúria do companheiro embriagado ao lado da filha adolescente, o que mostra como esse tipo de violência também afeta a estrutura emocional de crianças e jovens, vítimas indiretas, mas igualmente impactadas.

O poder público e a sociedade civil têm papel fundamental no acolhimento dessas vítimas. Guarapuava conta com serviços como o Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM) e a Delegacia da Mulher, onde são oferecidos suporte psicológico, jurídico e social.

Violência contra a mulher em números

De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, uma mulher é vítima de agressão a cada quatro minutos no Brasil. Em mais da metade dos casos, os agressores são maridos, companheiros ou ex-parceiros. Ainda segundo os dados mais recentes, o Paraná é um dos estados com maior número de registros de violência doméstica.

A Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) estabelece mecanismos para coibir e prevenir a violência contra a mulher, incluindo a aplicação de medidas protetivas de urgência. Em situações de risco iminente, as vítimas podem solicitar proteção judicial para manter distância mínima do agressor, além de garantir sua segurança e a de seus filhos.

Quando denunciar? Sempre que houver ameaça ou agressão

Especialistas recomendam que qualquer sinal de ameaça, violência física, psicológica, sexual ou patrimonial seja comunicado imediatamente às autoridades. A denúncia pode ser feita presencialmente em delegacias, pelo telefone 190 (PM), pelo número 180 (Central de Atendimento à Mulher) ou via aplicativos oficiais de denúncia.

Nos dois casos de Guarapuava, a coragem de familiares e das próprias vítimas em buscar ajuda foi essencial para evitar situações de maior gravidade. Mas os episódios também reforçam a urgência de investimentos em políticas públicas de prevenção e combate à violência doméstica, além de ações contínuas de conscientização da população.




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