Com a chegada do inverno e das temperaturas mais baixas, a Casa de Passagem se torna um lar temporário para pessoas em situação de vulnerabilidade, oferecendo abrigo, alimento, roupas quentes e esperança
O inverno que teve início às 23h42 dessa sexta-feira (20) e, segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), a estação será marcada por temperaturas mais baixas, menor volume de chuvas, além de maior probabilidade de geadas e nevoeiros. A previsão é de que este inverno seja mais frio que o de 2024.
Por conta das baixas temperaturas, pessoas em situação de vulnerabilidade social precisam de um lugar seguro para se abrigarem. Em Guarapuava, o Albergue é uma das alternativas para quem não tem onde ficar. A instituição é mantida pela Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP), uma associação civil beneficente, sem fins lucrativos, que há mais de 41 anos oferece acolhimento para pessoas em situação de desabrigo.
A Casa de Passagem tem capacidade de atendimento simultâneo para 64 pessoas, sendo 30 vagas masculinas, 30 vagas femininas e/ou para grupos familiares, além de quatro vagas para demandas emergenciais. Por atender famílias, a faixa etária dos acolhidos varia, de acordo com cada situação.
Somente em 2024, foram atendidas 1.057 pessoas, servidas 39.685 refeições, realizados 12.320 banhos e 11.332 atendimentos. A demanda aumenta nos dias mais frios. De abril para maio deste ano, foi registrado um aumento de 14% nos atendimentos.
“Por causa do frio, não tem como ficar na rua. É muito intenso, machuca, chega a matar. Aqui, graças a Deus, não me falta nada. Tenho roupa, comida, remédio. Estou bem agasalhado, igual recém-nascido”, conta Eduardo Custódio de Oliveira, de 48 anos. Natural do Mato Grosso, Eduardo chegou a Guarapuava depois de enfrentar dificuldades em Londrina. Ao chegar na cidade, sofreu um acidente e ficou sem ter onde morar. Ele conheceu o albergue por meio de um colega. “Se eu estivesse na rua, eu nem sei onde eu estaria. Aqui eles ajudam de todas as formas. O que eles comem, a gente come. Aqui é todo mundo igual”, completa.
Assim como Eduardo, Jackson Allan dos Santos, de 30 anos, também encontrou acolhimento na Casa de Passagem. Ele fazia alguns trabalhos quando aparecia, mas não tinha onde ficar. “Eu sempre vinha aqui pra tomar um café, um banho, o que eu precisava. Fiz meu cadastro no CREAS e, quando o tempo tá ruim, eles transferem pra cá. Era pra ficar uns dias, e aí, conforme a situação, vão renovando. Aqui é diferente. Você não tem aquela ocupação de estar se batendo pra lá e pra cá. Eu me sinto bem aqui, me sinto acolhido”, afirma.
O trabalho é realizado em conjunto com o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), para garantir que, enquanto Rede, o atendimento chegue de forma efetiva ao público que precisa.
Além do acolhimento, a instituição oferece estrutura completa, com banho, refeições, roupas e cobertores, além de acompanhamento com equipe interdisciplinar, que realiza atendimentos individuais e em grupo, identifica demandas e faz os encaminhamentos necessários para os serviços da política de assistência social e demais políticas públicas.
Durante todo o ano, o albergue conta com doações da comunidade de roupas, alimentos, materiais de higiene e limpeza. Além disso, voluntários ajudam em eventos, promoções e atividades internas. É com esse apoio que a instituição se mantém e consegue oferecer acolhimento e proteção, principalmente nos dias mais frios.
A instituição recebe doações de roupas, cobertores, alimentos e materiais de higiene e limpeza. Toda contribuição faz a diferença no acolhimento das pessoas em situação de vulnerabilidade, especialmente durante o inverno. A Casa de Passagem fica localizada na Rua Jaime Amaral Pachêco, 191, no bairro Conradinho. O telefone para contato é (42) 3625-1125. O funcionamento é ininterrupto, 24 horas por dia, todos os dias da semana.