Já fui diretor de programação e
jornalismo de emissoras conceituadas na cidade, então falo do que entendo. 30
anos de vida profissional, vivi diariamente e ao vivo no rádio.
O rádio já movimentou a cidade, ouvíamos
as emissoras porque elas estavam com repórteres nos principais acontecimentos da
cidade, com profissionais, espalhados pelas ruas, justamente para informar nos
fatos locais e ao vivo.
Hoje o rádio virou uma extensão,
um arremedo da internet.
Vejam: Dois assassinatos, e a
morte do João massagista, uma pessoa querida do esporte, e vários outros assuntos poderiam movimentar o
dia no rádio hoje.
Com posicionamentos, entrevistas,
dando aquela presença que só o rádio pode dar, “ou poderia nos acontecimentos”.
Liguei o rádio; para ouvir os
pontos de vista, entrevistas, e a visão de quem esteve nos locais, acompanhou-os
fatos, viu e ouviu o que só ouvidos treinados podem fazer, para trazer aos ouvintes,
detalhes....
LEDO ENGANO
O Rádio leu o que a internet
produziu, comentou o que nós da INTERNET, publicamos, e sequer foi aos velórios,
acompanhou os cortejos e manifestações que aconteceram no primeiro caso.
No meu tempo de rádio, enviaria
no mínimo repórteres no cortejo e manifesto dos patrulheiros, guardas urbanos e
profissionais de segurança, para colocar a indignação dos mesmos, com relação ao
assassinato a tiros do casal que deixou 4 filhos e 2 bebês gêmeos.
Como a gente deve ouvir os dois
lados, também entraria em contato com familiares do assassino, conhecidos,
caminhoneiros que o defenderam na internet. Uma abordagem isenta, que daria uma
cobertura rica em detalhes, na voz de quem acompanhou os fatos.
Ninguém o fez!
No segundo caso, meu querido João
Massagista, João churrasqueiro, O JOÃO.
Um cidadão boa praça, querido de todos e conhecido
na cidade. O rádio poderia colocar amigos, parentes... Enfim uma abordagem que
não seja apenas a leitura dos nossos textos ( Sites, Instagram e face) Redes
sociais.
Infelizmente o Rádio tornou-se
uma extensão para o dia seguinte dos trabalhos de quem faz a internet acontecer
na cidade.
Triste, falta investimento, um
pouquinho de visão, pois quem ouve o rádio quer justamente ouvir as pessoas no
rádio, não leitura pomposa de textos feitos para a internet, que pouco tem a
ver com a linguagem radiofônica. Ou escutar boletins enlatados de outras
cidades.
O povo até participa em uma das
emissoras, mas porque a linguagem política mudou, e a população é usada involuntariamente
para criticar a administração municipal. Ou seja, como massa de manobra de
poderosos!
Ainda há tempo! Acordem diretores
de programação, artístico e jornalismo das emissoras!
Não entendam mal, apenas uma
sugestão de quem já fez, coordenou e hoje é apenas ouvinte, afinal sou da
internet!