Sob o manto úmido da noite de terça-feira, 23, o centro de Ivaiporã testemunhou a rotina suja do tráfico ser interrompida. Era por volta das 21 horas na Avenida Presidente Tancredo Neves quando os faróis de uma viatura da ROTAM cortaram a penumbra, iluminando três vultos em plena transação no asfalto.
A abordagem foi rápida, um rasgo no tempo. Um dos homens, num gesto desesperado e inútil, lançou um embrulho através da janela de uma residência. Foi a senha. Os policiais reviraram o local e encontraram, primeiro, várias porções de uma substância escura, análoga à maconha.
A busca não parou ali. Invadiu as paredes, virou a intimidade de um lar. E dentro da casa, mais do mesmo: pequenos pacotes de um mesmo entorpecente, espalhados como sementes de um fruto amargo. A evidência era contundente, o ritual, completo. Os três homens ouviram, então, a voz grossa e irrevocável da prisão.
Foram conduzidos, então, à Delegacia de Polícia Civil. Lá, agora, são apenas nomes em um processo, corpos à disposição da fria engrenagem da Justiça, aguardando o julgamento que vem a seguir, no silêncio burocrático de um carcere.
