O primeiro boletim do Programa
Voto Com Orgulho, que mapeia pré-candidaturas LGBTI+ nas eleições municipais
deste ano, divulgado nesta semana pela Aliança Nacional LGBTI+, cadastrou
150 pré-candidaturas em todo o país, sendo 132 de pessoas LGBTI+ e 18 de
pessoas ligadas à causa. Dos 150 pré-candidatos, 147 são para vereadores e três
para prefeito.
O diretor de Políticas Públicas da Aliança Nacional
LGBTI+ e coordenador geral do Programa Voto Com Orgulho, Cláudio Nascimento,
informou nesta quarta-feira (24) à Agência Brasil que pessoas
que pretendem concorrer à vereança e à prefeitura nessas eleições podem se
cadastrar no Programa Voto Com Orgulho, existente desde 2016.
Nascimento afirmou que, no
programa, o objetivo é estimular maior representatividade de pré-candidaturas
LGBTI+ nas eleições, de caráter suprapartidário. “Não temos preferência
por nenhum partido, porque é um trabalho não governamental, e entende que cada
um se organiza do jeito que achar melhor”.
Crescimento
O diretor da Aliança Nacional
LGBTI+ celebrou o resultado da primeira parcial do programa este ano, tendo em
vista que, em abril de 2020, o número de pré-candidaturas não chegava a 30. “É
um indicador interessante de que possamos ter, este ano, uma representatividade
maior da comunidade LGBTI+ na disputa eleitoral. Isso, para nós, é muito
importante, porque é o debate que fica dos direitos, da cidadania, que é
feito no Legislativo e nas câmaras municipais. Então, é fundamental que
tenhamos mais pessoas aliadas à pauta da cidadania LGBTI+, trazendo uma visão
específica, própria, da realidade da comunidade”.
Nova parcial deverá ser divulgada a cada uma ou duas semanas, disse Cláudio Nascimento. O cadastramento no Programa Voto Com Orgulho é voluntário e individual e pode ser feito neste endereço.
Os resultados finais devem sair até
julho. As convenções dos partidos serão realizadas entre junho e agosto, quando
serão confirmadas as candidaturas, dando visibilidade ao movimento.
Nascimento afirmou que o foco central é o estímulo
a candidaturas LGBTI+ para as eleições municipais, mas é preciso também ter
pessoas aliadas à causa nas câmaras municipais.
“É fundamental valorizar e lutar por uma maior
representatividade da comunidade LGBTI+ nas câmaras legislativas municipais,
mas também reconhecer a importância de ter mais aliados nesses espaços, para
ter mais condições de ver sendo viabilizados projetos de lei e propostas
legislativas, porque é preciso ter sempre um número mínimo de votos para os
projetos de lei”.
O presidente da Aliança Nacional
LGBTI+, Toni Reis, destacou que a organização vai apoiar todas as candidaturas
e aliadas à causa, oferecendo suporte em relação à violência política, notícias
falsas (‘fake news’) e discursos de ódio contra cada candidatura. Segundo
ele, o programa é pluripartidário e se constitui como uma rede de
cooperação e solidariedade ao pleito eleitoral. Somos cidadãs que
devem ter representação nos espaços públicos de poder”, afirmou.
Concentração
O boletim parcial revela a
existência ainda de grande concentração das pré-candidaturas desta
população nas regiões Sudeste, Sul e Nordeste, enquanto o Centro-Oeste e o
Norte do país apresentam menores números.
Até agora, o estado de São Paulo
tem o maior número de pré-candidatos à vereança e prefeitura (34), seguido do
Rio de Janeiro, com 22, e do Paraná, com 14.
“Há uma distribuição também de
pré-candidaturas por vários partidos políticos, mas ainda uma concentração
naqueles considerados mais progressistas. Esse também é um dado interessante”,
disse Nascimento.
Das pré-candidaturas cadastradas, 46 são filiadas
ao PT, 25 ao PSOL, 18 ao PDT, 13 à Rede Sustentabilidade e 13 ao PSB.
Dos demais partidos, cinco
pré-candidatos são filiados ao PV, seis ao Podemos, quatro ao Cidadania, quatro
ao Progressistas, cinco ao MDB, três ao PCdoB, dois ao PSD e ao Solidariedade.