07/01/2025 – 01h11min – Santa Cruz
A noite envolvia o bairro Santa Cruz em um manto de silêncio, interrompido apenas pelo som distante de sirenes que cortavam a escuridão. A equipe policial, com os sentidos aguçados, dirigiu-se a uma residência onde um chamado alarmante havia despertado preocupações. O clima era tenso, como se o próprio ar estivesse carregado de segredos e medos não ditos.
Ao chegarem, encontraram uma mulher de 48 anos, com olhos que pareciam esconder histórias profundas, aguardando-os na porta. O brilho da lua iluminava seu rosto, revelando uma expressão que oscilava entre o alívio e a inquietação. Quando questionada sobre a situação de violência doméstica, ela, com uma serenidade surpreendente, afirmou que tudo estava tranquilo. “Nada de anormal acontece aqui,” disse ela, como se tentasse afastar um espectro invisível que pairava no ar.
A equipe policial, ciente de que a calma podia ser apenas uma fachada, observou o ambiente com atenção. A casa, embora aparentemente normal, parecia carregar um peso oculto, como se as paredes sussurrassem segredos de noites anteriores. A mulher mencionou que estava dormindo, um sono profundo que parecia ter a capacidade de ignorar qualquer tempestade que pudesse se formar ao seu redor.
Após a conversa, os policiais, decididos a agir com responsabilidade, prepararam um boletim de ocorrência. Era um ato de cautela, uma salvaguarda contra o que poderia estar escondido sob a superfície tranquila. O olhar da mulher, por um breve momento, flutuou entre a gratidão e o medo, como se ela soubesse que havia uma linha tênue entre a paz e o caos em sua vida.
Enquanto a equipe se retirava, o vento soprou suavemente, como se a noite quisesse sussurrar seus próprios segredos. O mistério da situação permanecia, um lembrete de que, muitas vezes, as maiores batalhas são lutadas nas sombras, onde a coragem e o desespero se entrelaçam em um balé silencioso. Santa Cruz, com seu manto de calmaria, guardava histórias que apenas aqueles dispostos a escutar poderiam desvendar.