Um caso grave de violência doméstica mobilizou a Polícia Militar na manhã deste domingo, 25 de maio, por volta das 10h55, no bairro Vila Carli, em Guarapuava (PR). Um adolescente de 17 anos foi ameaçado e quase atropelado pelo padrasto durante uma discussão familiar que terminou com a prisão do agressor.
De acordo com a ocorrência policial, tudo começou quando o homem, de 33 anos, discutiu com a enteada. A situação escalou rapidamente, e ele passou a ameaçá-la de agressão física. A mãe da jovem, uma mulher de 35 anos e esposa do agressor, interveio para impedir que a violência fosse consumada.
Segundo relato do adolescente aos policiais, o padrasto se irritou ainda mais após a intervenção da esposa e pegou uma ferramenta com a intenção de agredi-lo. “Ele tentou me acertar com o objeto, mas consegui desviar”, contou o jovem. A tentativa de agressão quase atingiu a própria esposa do homem, que também foi vítima de injúrias verbais durante a confusão.
Após a tentativa de agressão física com a ferramenta, o agressor deixou a residência e entrou em seu veículo. Em um ato ainda mais violento, ele tentou atropelar o adolescente e o ameaçou de morte. Logo após, fugiu do local antes da chegada da polícia.
A PM foi acionada e, com base nas informações fornecidas pelas vítimas, iniciou patrulhamento pela região. O homem foi localizado ainda nas imediações do bairro Vila Carli. Diante do desejo das vítimas de representá-lo criminalmente, os policiais deram voz de prisão e o conduziram até a Polícia Judiciária para os procedimentos legais.
Situação recorrente e preocupante
O caso chama atenção para a persistência da violência doméstica em diferentes formas — física, psicológica e verbal — afetando não apenas mulheres, mas também crianças e adolescentes dentro do ambiente familiar.
Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, os registros de violência doméstica têm aumentado, e os casos que envolvem adolescentes como vítimas diretas ou testemunhas também preocupam. Muitas vezes, esses jovens acabam expostos a ciclos de violência que se perpetuam por gerações.
O Código Penal Brasileiro prevê pena de detenção para quem praticar ameaça, conforme o artigo 147, e também penalidades mais severas em casos de tentativa de lesão corporal ou tentativa de homicídio, que podem ser aplicadas conforme o entendimento das autoridades judiciais e mediante representação das vítimas.
Importância da denúncia e da intervenção
A atuação da mãe ao intervir no momento da agressão e a decisão da família de denunciar o caso foram fundamentais para a prisão do agressor. A Delegacia da Mulher de Guarapuava e outros órgãos especializados reforçam a importância de não silenciar diante da violência.
Casos como esse destacam a necessidade de políticas públicas voltadas à proteção integral da família e do fortalecimento de redes de apoio.
O agressor segue detido e deve responder por tentativa de lesão corporal, ameaça, injúria, e, possivelmente, por tentativa de homicídio, dependendo da avaliação da autoridade judiciária.
