Enquanto o Paraná avança na logística reversa de óleo de cozinha, Professora Bia pede mais informações sobre o processo em Guarapuava, que parece diferente em outras cidades.
POR REDAÇÃO GUARAPUAVA FATOS
O que acontece com cada litro de óleo de cozinha descartado em Guarapuava? A pergunta, simples na superfície, pode ser levar a um cenário complexo e um tanto quanto desconhecido, cenário este que a vereadora do Partido Verde pretende desvendar. Em um Requerimento de Informações dirigido ao Executivo municipal, a parlamentar puxa o fio de uma meada que vai da pia do cidadão até destinos finais, revelando como a cidade lida com um resíduo que é simultaneamente uma bomba ambiental e uma potencial riqueza. 
O requerimento aborda os seguintes pontos: quantas empresas estão autorizadas a operar em Guarapuava para recolhimento e transporte; como é o cadastro dessas empresas junto ao Município; e como funcionam as licenças. Além disso, a vereadora quer saber como o Município executa a fiscalização dos estabelecimentos que geram o resíduo (óleo vegetal) para o posterior descarte.  
Enquanto capitais como Curitiba já contam com programas consolidados de logística reversa, transformando óleo usado em biodiesel e sabão, o processo em Guarapuava parece operar de forma diferente. “Queremos entender quem pode recolher, como é essa captação, pra onde vai, se tem que ser uma empresa local, qual o tipo de licenciamento ambiental [...] Estamos acompanhando o de outras cidades e parece um pouco diferente”, diz a vereadora em tom de curiosidade técnica.  
A ECONOMIA SUBTERRÂNEA DO ÓLEO
O questionário da vereadora cutuca o cerne de um mercado pouco fiscalizado. No Paraná, a lei estadual 19.363/2022 obriga grandes geradores (como restaurantes e lanchonetes) a darem destinação correta ao óleo. Empresas especializadas compram o resíduo, que é refinado e transformado em matéria-prima para dezenas de indústrias. A pergunta que Bia faz é simples e mesmo de forma indireta leva a seguinte pergunta: Quem opera esse mercado em Guarapuava? 
O PREJUÍZO INVISÍVEL
O prejuízo corre pela tubulação:  Um único litro de óleo descartado incorretamente contamina até 25 mil litros de água. Esse resíduo entope redes de esgoto, encarece o tratamento e impermeabiliza solos, agravando enchentes.
A investigação de Professora Bia joga luz sobre uma operação, até então, silenciosa. Em um momento em que a logística reversa se tornou palavra de ordem global, Guarapuava deve caminhar para implementação de uma das políticas ambientais mais básicas e eficazes ou deixar nas mãos da iniciativa privada e organizações? Eis a questão??
