Era mais do que uma ficha assinada. Era um reencontro.
Ontem segunda-feira, no clássico Cascatinha, em Santa Felicidade, Álvaro Dias fechou um ciclo — ou talvez tenha reaberto um. De volta ao MDB, o partido que o viu nascer na política, em Londrina, nos anos 60. Vereador, deputado estadual, federal, senador, governador. Tudo por aquela legenda que, segundo ele, foi “o maior movimento pela redemocratização do País”.
O restaurante lotado não era apenas militância. Era simbologia.
Ao seu lado, Ratinho Junior, governador do Paraná, e quase todo o secretariado estadual, num claro recado de força e união. Até Baleia Rossi, presidente nacional do MDB, veio de longe para sacramentar o momento.
Ratinho, em discurso breve mas carregado de significado, falou de equilíbrio, de democracia em tempos de polarização, e definiu o MDB como “partido necessário”. E ali, ao lado de Álvaro, parecia costurar mais do que uma aliança: uma narrativa de unidade para o Paraná.
E A CANDIDATURA?
Pergunta inevitável.
Álvaro, sorriso tranquilo, responde sem responder:
“Nunca fiz exigências. Substituo o ‘eu’ pelo ‘nós’.”
E completa, com frase que parece ensaiada há décadas:
“Ninguém se perde no caminho de volta.”
Ou seja: o homem volta à casa sem pedir a chave do quarto principal.
Pelo menos não ainda.
O QUE FICA.
Não se trata apenas de um nome que retorna.
Trata-se de um partido histórico se reforçando com uma história viva.
E de um governador abrindo as portas do palácio para quem já foi seu antecessor — e agora parece ser seu aliado.
O jogo político paranaense ganha um novo e antigo personagem.
Álvaro Dias, de volta ao MDB, não chega exigindo.
Chega lembrando.
E, no silêncio de sua trajetória, ainda pergunta:
“E agora, para onde vamos?”
