O Senado virou palco de selfies, gravações para redes sociais e um espetáculo que mais parece marketing digital do que uma CPI séria.
Enquanto a CPI das Apostas rouba os holofotes, o Congresso ignora deliberadamente a CPI do INSS — que investiga um desvio assustador de R$ 6,3 bilhões em benefícios previdenciários, dinheiro que deveria estar nas mãos de aposentados e trabalhadores.
Não é coincidência. A comoção em torno de influencers e apostas esportivas serve como cortina de fumaça perfeita para desviar a atenção do que realmente importa: um esquema bilionário que corrói o Estado, enquanto o governo Lula ganha tempo e articula nos bastidores. Sem pressão da mídia ou da opinião pública, a CPI do INSS definha, esquecida em meio a discursos vazios e politicagem.
O Esquema que Ninguém Quer Investigar a Fundo
A Polícia Federal já tem provas contundentes: servidores do INSS, lobistas e até procuradores envolvidos em um esquema de propinas milionárias. O procurador Virgílio Oliveira, por exemplo, teria recebido R$ 7,5 milhões por meio da própria companheira para liberar aposentadorias fraudulentas. Seu parceiro? Antonio Carlos Antunes, o famoso "Careca do INSS", figura conhecida nos corredores da máquina pública.
E não para por aí. Nomes como Danilo Trento, já investigado em escândalos da pandemia, reaparecem nos rastros dessa fraude. Mas, enquanto isso, a CPI responsável por apurar o caso não tem calendário, não tem urgência, não tem repercussão.
PÃO E CIRCO : O Jogo da Distração: Influenciadores no Centro do Debate
O Congresso se mobiliza a todo vapor quando o assunto é uma influencer digital, com direito a transmissão ao vivo e discursos inflamados. Mas quando o tema é um rombo bilionário no INSS, o plenário esvazia, a imprensa perde o interesse e os políticos fingem que nada acontece.
Até quando? Enquanto o presidente da Câmara, Hugo Motta, e o do Senado, Davi Alcolumbre, empurram o caso com a barriga, o povo é enganado duplamente:
Pelos políticos, que fingem trabalhar enquanto desviam recursos públicos.
Pelos influenciadores e pela mídia, que transformam CPIs em espetáculo e desviam o foco do que realmente importa.
A pergunta que fica é: quem lucra com essa distração? E o mais importante — quando o povo vai acordar para esse jogo?