Criminosos se passaram por herdeira e advogado para convencer a vítima a entregar dinheiro, celular e cartão com senha
Uma senhora de 71 anos foi vítima de um golpe elaborado na tarde desta segunda-feira (2), no centro da cidade de Prudentópolis . A idosa foi abordada por uma mulher que, alegando estar envolvida em uma suposta herança do pai da vítima, conseguiu convencê-la a entregar dinheiro, cartão bancário com senha e até o celular pessoal. O caso foi registrado por volta das 18h42 e está sendo investigado pelas autoridades.
De acordo com o boletim de ocorrência, a vítima relatou que caminhava por uma via pública quando foi abordada por uma mulher, que lhe apresentou documentos alegadamente relacionados a uma herança. Segundo a golpista, ela seria uma filha ilegítima do pai da idosa, mas, devido aos maus-tratos sofridos durante a infância, não teria interesse em ficar com o valor da herança. Com um discurso emocional, a criminosa propôs vender seus direitos sobre o valor à vítima, despertando a curiosidade e a boa-fé da idosa.
Instantes depois, um homem se aproximou, dizendo ser o advogado responsável pelo processo. Em uma encenação cuidadosamente planejada, ele confirmou a versão apresentada pela mulher e se ofereceu para intermediar o suposto acordo. A vítima, acreditando na veracidade da história, aceitou seguir com os suspeitos.
Golpe foi concluído com saque bancário não autorizado
Os criminosos a conduziram em um veículo Renault Captur branco, com rodas e teto pretos, mas sem placas visíveis. Eles a levaram até a própria casa, onde ela entregou espontaneamente uma quantia em dinheiro, um cartão bancário com senha e seu telefone celular. Depois disso, circularam por algumas ruas da cidade e pararam próximos a uma agência bancária. Lá, o homem desceu do carro e realizou um saque não autorizado com o cartão da vítima.
Logo após a retirada do dinheiro, o casal deixou a idosa nas proximidades da sua casa. Confusa e percebendo que havia sido enganada, ela procurou ajuda em um órgão público e acionou a Polícia Militar.
Ação rápida impediu maiores prejuízos
Com apoio da equipe policial, a vítima conseguiu bloquear as contas e os cartões, o que pode ter evitado que os golpistas fizessem novos saques ou compras. Apesar das diligências realizadas imediatamente após a denúncia, os suspeitos e o veículo ainda não foram localizados.
A vítima foi encaminhada em segurança de volta à sua residência e orientada sobre os procedimentos legais cabíveis, incluindo o registro do boletim de ocorrência e o acompanhamento junto à delegacia responsável.
Golpe da falsa herança: uma armadilha emocional e recorrente
O golpe aplicado contra a idosa tem características de uma prática criminosa que vem se tornando comum, conhecida como o “golpe da falsa herança”. Segundo especialistas em segurança, os criminosos se aproveitam da boa-fé de pessoas idosas e da comoção gerada por histórias familiares inventadas para induzir as vítimas ao erro.
“É um golpe que mistura teatro e emoção. Eles criam uma narrativa envolvente, aparecem com papéis falsos, fingem ser herdeiros ou advogados, e fazem com que a vítima se sinta parte de algo legítimo e urgente. Isso cria uma pressão emocional que inibe o senso crítico”, explica o perito em crimes cibernéticos e fraudes financeiras, Marcos Tavares.
Alerta às famílias e aos idosos
A Polícia Militar reforça a importância de alertar pessoas idosas para não entregarem dados pessoais, documentos, cartões ou valores a estranhos, especialmente na rua ou em situações que envolvam histórias incomuns. Também orienta que, diante de qualquer proposta que envolva dinheiro ou heranças inesperadas, os familiares sejam consultados e as informações sejam confirmadas junto a órgãos oficiais, como cartórios e o próprio Poder Judiciário.
Até o momento, os golpistas não foram identificados, e a Polícia Civil segue com as investigações. Imagens de câmeras de segurança da região estão sendo solicitadas para tentar localizar o veículo e identificar os suspeitos.
Canais de denúncia
A população pode contribuir com as investigações denunciando atividades suspeitas de forma anônima pelos telefones 190 (emergência) ou 181 (Disque-Denúncia).
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